quinta-feira, 4 de agosto de 2005

Sinto a tua falta...


Sinto o teu mar gelado inundar os nossos sonhos, que quisemos construir sem bases e que desmoronaram ao primeiro sopro... Ainda preciso tanto do teu calor que me inunda a pele em desejos, das tuas palavras de repreensão que me chamam à terra, da tua mão presa no meu cabelo e do meu cabelo espalhado pelo teu corpo... Já não calas a minha boca com a tua e com isso eu digo tudo o que me vem à cabeça. Já não posso passar a minha língua pelo teu peito, pelos mamilos, e sentir esse suave trago de prazer que me fazia sentir viva, que fazia valer a pena...
Tentei... este tempo todo tentei fazer-te feliz... Mas não te posso dar algo que não tenho e o que resta em mim não te faz falta... Sobra-nos aos dois.... Que caminho tenho agora à minha frente? Para onde olho só vejo espelhos e todos eles refletem a minha angústia... Podiamos nós ter sido alguém sem ser preciso morrer primeiro?
Quando me abraçavas eu penetrava em ti e depois penetravas em mim e eu abraçava-te com força... Assim andamos enrolados e entontecidos, muitas vezes sem saber onde começávamos e onde terminávamos. Depois de tantas voltas o coração ficou enjoado e quis paz.... Mas já só sabiamos tirar ao outro o ar que faltava em cada um de nós, separados...
Eu gosto de ti e tu... tu gostavas de também gostar de mim... Ambos sabemos que as coisas não são assim... E mesmo sem querermos voltamos ao início do fim onde eu te olho com o fogo a queimar-me a vista e tu com esse mar gelado que me inunda...
E ainda preciso tanto de ti e dos sonhos que não conseguimos construir...