terça-feira, 3 de maio de 2005

Como uma larva no coração



Meu amor...

Diz-me,
quantas vezes já me lancei para este mesmo precipício pensando ser a paz para todas as dores?

Diz-me,
quantas vezes parti os sentidos em mil pedaços tentando refazer o puzzle?
E choro...
E grito...

Barafustando contra a vida que me faz gemer a pele...

Chamo por ti mas tu não me ouves.
Cantas e danças por dentro do vazio do meu peito...
E eu peço-te uma lágrima solidária.
Peço-te um gesto de atenção.
Tu corres por mil caminhos de sonhos que não são meus...
Diz-me,
quantas vezes, tantas, eu me sentei a teu lado esperando um olhar breve?

E diz-me,
quanto mais aguentará este sopro que, cada vez mais ténue, me empurra de encontro a ti?

Meu amor...