sexta-feira, 7 de janeiro de 2005


Os meus sentidos estão mergulhados numa inércia estigmatizante. Corro para dentro de mim tentando salvar o que já morreu. E busco, neste abismo de calafrios, algo que me devolva a paz.
Foste embora sem avisar e rompeste barreiras proibidas. Arrancaste, com uma força brutal, tudo o tinha guardado de ti e o vazio ficou a doer e a sangrar. Perdeu-se, nesse teu gesto de vida, toda a magia que nos unia. Agora só me resta a brandura de uma natureza que me acolhe no seu seio e as minhas sinapses cerebrais que, por ti, tantas vezes ignorei.
Tu vais destemido, com o sorriso que tantas vezes pensei meu, e eu espero, com a agonia tranquilizante que me resta, que ele dure e te envolva - para que nunca sintas desejo de voltar.